Não é mais novidade que o audiovisual tomou conta das nossas vidas. Seja para lazer, com filmes e séries, seja para comunicação empresarial, com programas e propagandas. Vale lembrar que o YouTube é uma das redes sociais mais populares.
Nesse cenário, investir na carreira de edição de vídeos pode ser uma ótima oportunidade profissional. Afinal, as possibilidades que o mercado apresenta são variadas e promissoras. Mas, o que você precisa para começar? Isso é o que o nosso post vai mostrar. Preparamos um guia completo para você entender tudo que envolve o universo da edição de vídeos e poder iniciar uma carreira de sucesso nessa profissão.
Hoje em dia, a edição de efeitos especiais é feita em cima de cada pedaço do vídeo (frames). Ou seja, um vídeo é composto por diversas imagens em sequência que formam um movimento. Para inserir efeitos especiais nessas cenas, é preciso editar cada imagem separadamente para manter o aspecto 3D do vídeo, como por exemplo, os dois lados de um rosto.
Mesmo para um vídeo curto, como em propagandas de 30 segundos – a 24 frames por segundo (fps), é necessário editar cerca de 720 imagens. Além de demorado e cansativo, esse processo torna o resultado final extremamente caro.
Existem softwares que permitem criar diversos efeitos legais, como o Adobe After Effects. Porém, estes editores não são tão realistas como os do cinema, pois esse processo é feito com câmeras estáticas e com poucos recursos. Com a câmera em movimento, esse trabalho é um pouco mais complicado e exige técnicas que somente os grandes estúdios conseguem pagar.
A edição de vídeos tem uma linguagem própria, cheia de termos um tanto incomuns para quem não é do ramo. Por isso, para iniciar a ambientação, é importante conhecer os significados das expressões mais usadas.
Você perceberá que algumas são bem óbvias e até comuns a outras áreas do design gráfico e da comunicação. Essa espécie de glossário com termos técnicos facilitará o seu entendimento de todo o processo de edição de vídeos.
O briefing é parte importante do processo criativo para designers, publicitários e também para os editores. Ele é a base para a criação do roteiro de um vídeo ou filme. Nele, é possível encontrar um conjunto de informações que orientará todos os envolvidos no trabalho. No documento do briefing são detalhados os objetivos do vídeo, público ao qual se destina e problema que se pretende resolver.
Para o editor, o briefing é um guia para orientar as escolhas de cortes, efeitos e cadência do vídeo, por exemplo.
É o pré-carregamento de dados em uma determinada área de memória de equipamentos conhecida como “buffer”. Isso serve para que as informações possam ser acessadas mais rapidamente quando uma das unidades de processamento do computador precisar dos dados. Os buffers são especialmente utilizados nos casos de streaming e aplicações multimídias.
É o processo de transferir os arquivos que serão usados na edição de vídeos para o computador. Pode ser usado direto das câmeras ou de dispositivos de armazenamento.
Popularmente conhecida como cromaqui, essa técnica consiste em combinar dois vídeos ou imagens, substituindo uma cor de um deles, normalmente um plano monocromático verde ou azul, por uma parte do outro.
O chroma key é extremamente popular na edição de vídeos para cinema e também para telejornais, como no caso da previsão do tempo.
A Creative Commons (CC) é uma organização sem fins lucrativos que regula o uso do produto resultante do trabalho criativo. Ela determina de que maneiras legais terceiros podem utilizar obras, respeitando os detentores dos direitos autorais (copyright). As licenças emitidas permitem que autores concedam alguns de seus direitos e mantenham outros.
Os efeitos visuais são imagens editadas ou inteiramente construídas artificialmente. Eles servem para melhorar o conteúdo estético de vídeos de filmes, comerciais ou institucionais.
São facilmente encontrados no cinema, especialmente em filmes de ação, mas também aparecem em produções mais simples.
Seguem o mesmo princípio dos efeitos visuais, porém tratando-se de áudio. Os efeitos sonoros permitem a inserção de ruídos e a manipulação do som captado durante a gravação de vídeos.
O frame é cada um dos quadros estáticos que formam um filme. Na edição de vídeos, frame também é usado como unidade de tempo.
Isso porque a cadência padrão de projeção é de 24 fps (frames por segundo). Ou seja, a cada segundo de vídeo, vinte e quatro frames passam pela tela.
Também conhecida como Frame Rate, a cadência é a frequência com que cada quadro (frame, em inglês) é reproduzido em um filme.
É a fase do processo audiovisual em que acontece a edição de vídeos. É o momento de inserir efeitos, trilhas sonoras, legendas, locuções e qualquer outro ajuste que o material bruto necessitar.
É uma parte importantíssima do processo e que pode demorar tanto (ou até mais) que a parte de captura de imagens.
É todo o processo anterior à pós-produção. Ela se inicia com a geração de ideias, desenvolvimento de um roteiro e definição das técnicas a serem utilizadas.
O processo de produção de vídeos ou filmes conta ainda com a escolha de elenco, criação de cenários, figurinos e a filmagem em si. Além disso, após a finalização da edição de vídeos, a produção também é envolvida na divulgação e distribuição do conteúdo.
Estes são apenas alguns dos termos mais comuns no universo da edição de vídeos. Você encontrará alguns outros pelo caminho e talvez não conheça o significado de todos. Ainda assim, fique tranquilo: isso não é motivo para desânimo.
Os termos podem ser rebuscados, mas os significados costumam ser bem simples. Aos poucos você se familiarizará com esse mundo e perceberá as oportunidades que a edição de vídeos traz para sua carreira.
Um dos princípios básicos da edição de vídeos é a organização das melhores partes filmadas. Isso significa cortar os erros, excessos e juntar as cenas de modo que façam sentido para o expectador.
Esse processo de edição de imagens pode ser feito de diversas maneiras. Cada uma possui uma característica e tem um objetivo. Separamos os principais tipos de corte para que você entenda como eles funcionam.
O corte duro é o tipo básico de edição. Ele é utilizado quando você quer passar de uma cena para outra sem qualquer tipo de transição.
O hard cut é simples e direto. O lado negativo é que ele traz pouco significado para a edição, já que o resultado é mais realista.
Também conhecido como salto, o jump cut é uma técnica que permite ao editor avançar no tempo. Isso acontece quando a cena para em um ponto e “pula” para outro acontecimento mais à frente.
O jump cut também pode ser utilizado em entrevistas que são registradas com mais de uma câmera. Nesse caso, o áudio permanece linear, mas os ângulos da imagem vão sendo alternados sem que o público perca nenhuma informação.
Ao lado do hard cut, o salto é um dos recursos de corte mais utilizados.
É uma transição que faz com que a imagem gradualmente apareça ou suma de uma única cor, normalmente preto ou branco. O processo de fazer a cena surgir de uma tela vazia é chamado de fade-in. Já o efeito que esmaece a imagem até a cor pura é conhecido como fade-out.
Existe ainda a possibilidade do uso do crossfade, que é uma transição direta entre duas cenas, em vez de uma imagem para uma cor. Às vezes, dois fades rápidos, em sequência, podem formar efeito semelhante ao do crossfade.
Por exemplo, uma cena desaparece rapidamente em branco antes de voltar a aparecer no próximo take. Essa transição, que geralmente dura menos de um segundo, pode ser chamada de mergulho.
O fade-in e fade-out são muito populares no cinema e na televisão. Eles costumam aparecer para indicar o início ou fim de uma cena. O tempo de duração do efeito tem um significado próprio.
Um fade lento, com mais tempo gasto em preto, indica um fim ou início importante. Já uma transição rápida traz a sensação dinâmica de atenção à próxima cena.
Com o efeito semelhante ao do crossfade, o dissolve mescla uma imagem com a outra através de sobreposição. Esse tipo de transição tem como objetivo levar o expectador a fazer uma ligação entre duas cenas distintas.
Quem pretende trabalhar com edição de vídeos também precisa dominar cortes em L e cortes em J. Um J-Cut ocorre quando o áudio da próxima cena é ouvido antes da imagem aparecer. Um L-Cut é o oposto: o vídeo muda antes do áudio.
Usar um corte em J ou em L é um recurso para manter o fluxo da edição dinâmico, sem cansar o expectador. Quando executados corretamente, o público não percebe que esses efeitos aconteceram! Essa mesma teoria é válida para qualquer outra técnica de edição.
Um exemplo clássico do uso de L-Cut é uma cena de conversa entre duas pessoas. Ela inicia com o Personagem A falando, mas corta para a imagem do Personagem B. Entretanto, o áudio que se ouve ainda é o discurso do Personagem A.
Ao fazer isso, o editor está permitindo que os espectadores ouçam o diálogo ao mesmo tempo em que veem a reação do personagem B, trazendo uma melhor compreensão geral da cena.
O J-Cut é justamente o oposto. Com esta técnica, o expectador inicia escutando a fala do Personagem A, mas só vê o Personagem B na tela. A partir dessa informação de contexto, a transição ocorre para áudio e vídeo com o Personagem A.
Os recursos de J-Cut e L-Cut são bem comuns e você certamente já se deparou com eles, especialmente nas novelas.
A técnica do corte cruzado ou edição paralela consiste em alternar entre duas cenas que estão acontecendo ao mesmo tempo em espaços diferentes. Isso permite que você conte duas histórias simultâneas, garantindo todas as informações necessárias para que o público compreenda o que está acontecendo.
Você pode encontrar vários exemplos de cross cut no filme Inception, de 2010. A obra do cineasta Christopher Nolan utiliza essa técnica para auxiliar o público a entender o que acontece nos vários níveis dos sonhos.
Uma boa edição de vídeos depende muito da qualidade dos cortes. Como você pode perceber, as opções são variadas e cada uma tem uma finalidade própria.
Para quem quer ingressar no universo da edição, é importante desenvolver um olhar crítico para esse aspecto. Uma boa dica é assistir filmes, séries e vídeos em geral tentando localizar e identificar os cortes.
Isso ajudará, inclusive, a entender que tipo de corte deve ser usado em cada situação. Quanto maior o seu repertório visual, mais fácil será o seu trabalho.
Nem só de imagem se faz um filme, não é? O áudio tem um papel fundamental no processo de edição e conhecer suas técnicas é obrigação de qualquer profissional da área.
Os cuidados com a edição de som começam na captura. Usar microfones adequados e isolar ruídos externos indesejáveis são algumas das atitudes que favorecem o bom resultado da edição.
Entretanto, o trabalho com áudio não para por aí. O profissional de edição de vídeos também pode influenciar, e muito, no processo de ajustes dos sons. Isso acontece, principalmente, em alguns pontos comuns:
A mixagem de áudio é o processo de combinar diversos sons harmonicamente com uma intenção. No processo, o nível de volume de cada item, o conteúdo e a dinâmica entre eles são manipulados ou aprimorados. Além disso, é possível adicionar efeitos, como reverberação e eco.
Durante a mixagem, o editor pode, por exemplo, destacar um som ambiente que tenha relevância para a história que está sendo contada. Inclusive, esse áudio pode ter sido capturado de maneira totalmente independente da cena original.
Esses recursos são comuns para o controle de qualidade do áudio. Assim, é possível captar a fala dos personagens com precisão e inserir os outros ruídos, que deixam o aspecto natural, durante a edição de som.
Outro ponto importante da edição de som é a dublagem. Ela pode ser usada na tradução de uma obra pronta para outros idiomas ou em uma animação, por exemplo.
O segredo aqui é coordenar a sincronia de som e imagem com perfeição. A dublagem pode acontecer, ainda, em algumas partes isoladas de um filme.
A locução, diferente da dublagem, não simula a fala de um personagem que aparece em tela. Ela é uma narrativa que acontece à parte.
Muito comum em documentários e telejornais, a locução também está presente em filmes. Normalmente, ela é usada para deixar o expectador a par de uma informação que não está explícita no visual da cena.
Em grandes produções, a edição de som costuma ser de responsabilidade de um profissional específico. Só que essa não é a realidade de muitos. Por isso, é importante ter uma boa noção do trabalho com áudio, especialmente para quem está começando.
Além dos cortes nas cenas e ajustes de sons, o profissional de edição de vídeos também deve realizar a mixagem. Ela permite a mistura de diferentes materiais e a finalização dos filmes para a reprodução.
Os efeitos visuais que tanto impressionam nas telas, especialmente nos cinemas, são um componente essencial dos vídeos atuais. Os recursos disponíveis permitem desde intervenções mais simples, com o uso de chroma key, até a construção de cenários totalmente artificiais.
Em produções mais elaboradas, os profissionais de efeitos visuais trabalham junto com a edição para que essa mistura tenha os melhores resultados. Mas, assim como no caso do som, nem sempre é possível contar com uma equipe desse porte.
Para amadores ou iniciantes, a mixagem de vídeo pode ser feita com programas mais simples e até aplicativos para celular. Apesar de não oferecerem muitos recursos, eles podem ser uma boa alternativa para quem quer se aventurar nesse universo sem grandes responsabilidades.
Agora que você já está por dentro dos conceitos básicos para a edição de vídeos, deve estar se perguntando como colocar a mão na massa, certo? Pois bem, um bom começo é conhecer os principais programas disponíveis para editar.
O mercado oferece uma grande variedade de programas. Alguns, mais simples, são indicados para iniciantes. Já os mais complexos exigem a dedicação profissional para seu uso. Separamos alguns dos mais comuns para você conhecer.
Este é o programa de edição de vídeos que vem incluído no sistema operacional Windows. Ele permite que você crie rapidamente um filme personalizado, misturando vídeo, imagens estáticas, trilha sonora e locução.
Nesse software, o filme pode ser editado, adicionando legendas, transições e efeitos de vídeo. O Windows Movie Maker foi projetado para ser fácil de usar, mesmo para quem não tem experiência em edição de vídeo.
Apesar de apresentar recursos de edição limitados, pode ser uma ótima opção para iniciantes.
Este é outro programa destinado para iniciantes, desta vez para os que utilizam os dispositivos da Apple. Ele permite, assim como o Windows Movie Maker, a edição de imagens e sons com efeitos de transição, legendas e locuções.
A limitação de recursos do iMovie também está presente nos formatos de arquivos aceitos para a importação e nas possibilidades de exportação do filme final.
O Videopad está disponível para Mac e PC, porém só é gratuito por um período de teste. Ele é outro exemplo de programa simples e intuitivo para iniciantes.
É possível realizar transições e efeitos de baixa complexidade, com a facilidade de um programa que não exige grande desempenho de edição do seu computador.
Para quem já tem certo conhecimento de edição de vídeos, o Lightworks é uma boa opção. Com mais de 25 anos, o programa é utilizado por profissionais em grandes títulos do cinema, mas também é acessível para quem precisa fazer um vídeo para redes sociais, como o YouTube.
O software é pago, mas você tem direito a uma versão de teste por 7 dias. A interface é um pouco mais complexa que a do iMovie ou do Movie Maker, mas ainda assim pode ser dominada sem grande dificuldade com um pouco de prática.
Outra opção para o nível intermediário de edição de vídeos é o Camtasia. Ele foi desenvolvido com foco na criação de tutoriais em vídeo, apresentações educativas e conta com a possibilidade de captura de tela.
A área da tela que se deseja gravar pode ser escolhida livremente e o áudio, assim como outros vídeos, pode ser adicionado separadamente de outras fontes.
O Pinnacle está disponível em três versões. Apesar de ser um programa simples e intuitivo, ele fornece recursos mais avançados do que os softwares indicados para iniciantes.
Assim como outros programas de nível intermediário, o Pinnacle oferece uma versão de testes para que você conheça melhor as possibilidades de edição de vídeos disponíveis.
Agora, se você já está em um nível avançado de edição, pode contar com os recursos do Sony Vegas. Ele pode ser utilizado do início ao fim do projeto e permite a produção de material profissional de vídeo e áudio, em formatos de alta resolução até 4K.
O VEGAS Pro traz ainda plug-ins que facilitam o fluxo de trabalho e permite a exportação do resultado final em diversos formatos.
O Premiere é, talvez, o mais popular programa para edição de vídeos. Com ferramentas e recursos completos, ele ganha preferência dos profissionais por sua integração completa com os outros softwares da família Adobe.
Ele tem uma interface que assusta no primeiro contato e exige um pouco mais de dedicação para conhecer todos os recursos. Ainda assim, é uma ótima opção para quem quer um desempenho profissional na edição de som e vídeo.
Por fim, trazemos a sugestão de um programa exclusivo para usuários de computadores da Apple: o Final Cut. Ele é indicado para níveis avançados de edição de vídeos e possui recursos completos para todas as fases do projeto.
O programa tem uma interface mais ousada, que permite o ajuste conforme as preferências do usuário e tem um sistema de organização que facilita o fluxo de trabalho.
Estes são apenas alguns dos programas de edição de vídeos disponíveis no mercado. Em uma rápida pesquisa você perceberá que as possibilidades são quase intermináveis.
Você pode ficar um pouco confuso com tantas opções de programas para editar seus vídeos. Alguns cuidados podem facilitar a sua decisão e tornar a escolha mais eficiente.
Se você não possui conhecimento avançado de edição de vídeos, comece a testar os programas mais simples. Dê preferência aos gratuitos até ter consciência do que realmente é necessário para o seu trabalho.
Investir alto em um programa avançado é tarefa para profissionais. Atropelar as etapas pode, inclusive, dificultar o seu progresso e desmotivar o aprendizado.
Outro ponto essencial é, justamente, o custo dos programas. Se você ainda não lucra com a edição de vídeos, pode ter dificuldades de arcar com um software mais elaborado.
Se você atua como freelancer, lembre-se que este valor deve ser contabilizado no cálculo da sua hora de trabalho.
Além desses aspectos, existe a sua preferência. Por isso, baixe as versões de teste e utilize cada programa por um tempo para ver como acontece a adaptação. Você também pode pedir a opinião de colegas de profissão que já têm mais experiência.
Como você pode perceber, a edição de vídeos é uma área cheia de possibilidades que exige estudo e dedicação para ser dominada. Entretanto, não é nenhum desafio impossível de ser superado, pelo contrário.
Se você deseja começar a trabalhar com edição de vídeos, procure por informações cursos técnicos e tutoriais de qualidade para desenvolver as suas habilidades.
E saia na Frente.
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